AEROPORTOS DO BRASIL NÃO ESTÃO APTOS PARA RECEBEREM PASSAGEIROS COM DEFICIÊNCIA

23-04-2013 11:19

 

A USP (Universidade de São Paulo) divulgou recentemente uma pesquisa a qual aponta que os aeroportos brasileiros não estão preparados para receberem passageiros com deficiência.

FONTE REVISTA HOTÉIS

De acordo com a engenheira responsável pela pesquisa, Lígia Gesteira Coelho, “A situação dos aeroportos brasileiros é preocupante no que diz respeito ao direito de ir e vir das pessoas com deficiência”, afima.

Em entrevista ao IBDD (Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência), a pesquisadora evidencia que para os grandes eventos que estão por vir, como Copa de 2014 e Olimpíadas no Rio, os aeroportos terão que melhorar em muitos aspectos para atender aos passageiros com dificuldades de locomoção.

Ao todo foram analisados seis aeroportos no Brasil e dentre eles, os aeroportos Guarulhos, em São Paulo, e Juscelino Kubitscheck, em Brasília, obtiveram os piores resultados, ambos com aproximadamente 0,47 (em uma escala de zero a um). “O crescimento da demanda de passageiros não foi acompanhado por uma maior oferta de infraestrutura, o que resulta em uma degradação natural no nível de qualidade oferecido ao usuário”, analisa a pesquisadora em relação à questão da acessibilidade.

Já o aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, obteve a maior pontuação entre os analisados, com valor de 0,63, porém ainda totalmente insatisfatório. De acordo com a engenheira, “Todo mundo sabe que o Rio não está preparado para receber os eventos internacionais. Nenhum dos aeroportos estudados obteve pontuações altas ou, ao menos, satisfatórias”, critica.

Outro ponto ressaltado pela pesquisadora em sua pesquisa, foram os principais problemas enfrentados pelos passageiros no local, como as longas distâncias de caminhamento e a ausência de recursos humanos preparados para atender os usuários, seja para o uso de línguas estrangeiras seja para o uso da língua de sinais para atendimento às pessoas com deficiência auditiva.

De acordo com Teresa Costa d’Amaral, Superintendente do IBDD, “A parte interna do aeroporto precisa ser acessível, assim como o percurso entre as salas de embarque, as aeronaves e a poltrona do passageiro com deficiência. O prazo legal expirou há muito, as autoridades governamentais e as empresas já tiveram tempo suficiente para se adequarem. Espero que a pressão dos grandes eventos no Rio no Brasil mude essa reiterada e absurda realidade de desrespeito aos direitos do cidadão com deficiência”.